Olá Meus Amores, espero que esteja tudo bem convosco.
Se leram a minha última publicação, aperceberam-se com certeza, que estou a passar por uma fase complicada a nível de saúde.
O processo de recuperação não está a ser fácil, mas cá ando eu a tentar ultrapassar e,
a tentar dar a volta, contornando as dificuldades que a vida tem teimado em colocar à minha frente!
Olhando para trás e, analisando a maneira como tenho sido tratada a nível médico, confesso que não estou a ver grandes resultados!
Hoje, senti necessidade de vir desabafar sobre as crises de ansiedade que me assolam e o que estou a fazer para dar a volta.
A todos os que, infelizmente, estão a passar por algo semelhante, deixo esta mensagem.
A vida é curta demais para não a aproveitarmos... tentem encontrar algo que vos anime... olhem para as coisas simples da vida "com olhos de ver" e apreciem-nas.
Tentem ser felizes e procurem conforto nos amigos e família.
Não se isolem do mundo... abracem-no!
A minha história começa com a falta de prestação de cuidados básicos do nosso SNS.
Talvez o nosso Sistema Nacional de Saúde não esteja preparado para cuidar/tratar de problemas iguais ao meu. Ou talvez seja mesmo o meu azar que não permite que eu tenha acesso aos devidos serviços.
E esse "azar", começa talvez, por não ter um Médico de Família atribuído e, tenha que contar a história desde o princípio, de cada vez que vou ao médico.
Caramba!... Isso desanima qualquer um!...
Principalmente quando se trata de coisas que nos deprimem, que nos abatem, que nos entristecem, que nós não queremos nem gostamos de falar delas e, que muitas das vezes nem entendemos bem o que são, porque acontecem e, que chegamos até a pensar que são disparates da nossa cabeça!
Alguém aí desse lado me entende? Ou estou eu para aqui a divagar coisas sem sentido?
Bem... talvez... Adiante!
Uma vez que a ajuda médica "estatal" é reduzida e de difícil acesso,
talvez seja preciso dar-nos uma travadinha jeitosa, sermos internados e considerados "incapazes", para alguém perceber que temos realmente um problema...
A minha teimosia, não há-de permitir que tal aconteça!!!
Juro que não!...
Ao longo deste processo... que já vai longo!
Tenho conseguido absorver algumas informações importantes que penso conseguir pôr em prática,
pois parecem-me fazer sentido e podem, eventualmente, ser uma alternativa, extra medicina/química.
Uma das primeiras coisas que fixei na ideia,
foi uma frase dita por uma Sra. Dra. Médica Psiquiatra das Urgências do Hospital Amadora-Sintra, aquando da minha última Crise e, que me fez passar lá a noite.
A Sra. Dra. teve a brilhante ideia de me dizer que eu tinha de fazer coisas que me fizessem FELIZ!
Uau... pensei eu.
Como é que eu ainda não tinha pensado nisso, certo? (hahaha... deu-me vontade de rir)
Como se, por acaso, as coisas que nos fazem felizes, fossem assim tão fáceis de conseguir!
E blá, blá, blá... lá continuava ela a fazer-me perguntas,
a dizer-me que eu devia abrandar o meu ritmo de trabalho, que devia descansar mais,
tentar dormir melhor, que devia fazer uma "boa higiene do sono"!....
Calma, pára tudo...
Higiene do sono?
Oh, Sra. Dra., desculpe lá a minha ignorância mas não sei o que é essa coisa?!
Estará a insinuar que eu tenho um sono porco?!...
Claro que não.... Expliquemos então:
Os conselhos da Sra. Dra. foram:
- Ir para a cama quando realmente estiver com sono.
Cabe-me comentar:
Ter sono é das coisas mais difíceis de aparecer por vontade própria, convenhamos!
Ora, se eu for para a cama só quando tiver sono... desconfio que não chegava a ir para a cama!
Neste momento tomo um ansiolítico para adormecer,
Ansiolítico esse, que é tão forte, que me tenho de deitar a X horas em ponto e,
já deitadinha na cama, senão corro o risco de adormecer na sala, na cozinha, ou até sentada na sanita, se for o caso de me dar uma aflição.
Resultado: Não é praticável!
Alternativa então:
- Ir para a cama não a essa hora X, mas a essa hora X + 2 horas
Cabe-me comentar:
Esta hora X que eu defini para tomar o comprimido e ir para a cama, prende-se com o simples facto
de, se eu não dormir aquele numero de horas... eu, simplesmente, não me consigo levantar de manhã para ir trabalhar! Sim, porque aqui a Pessoa, continua a trabalhar!
O despertador toca e, eu nem o ouço!
Resultado: Não é praticável!
- Tornar o ambiente do quarto atractivo para o sono
Ora bem... isso até se pode fazer.
Desligar tudo o que é equipamentos electrónicos, telemóveis, televisão, jogos...
Optar por ler um livro.
Cabe-me comentar:
Equipamentos electrónicos, OK.
Ler um livro... e, embora eu adore ler,
o meu cansaço é tão grande e a desmotivação também, que nem para ler eu tenho vontade.
Resultado: Não há leituras para ninguém!
No meio disto tudo, aconteceu algo peculiar e que transformou um pouco a minha maneira de pensar e olhar para a vida.
Para este fenómeno, tenho que mencionar uma pessoa cinco estrelas,
daquelas que já existem poucas no mundo, mas que graças a Deus, eu tenho a sorte de conhecer e, acima de tudo, ter como amiga.
A minha querida amiga São (diminutivo pelo qual é conhecida),
tem sido uma peça muito importante neste puzzle que tem sido a minha vida e, mais uma vez, tem estado muito presente nesta fase.
Esta minha boa amiga, pegou em mim num belo dia e, levou-me a uma sessão de ioga.
Um mundo novo para mim, quase desconhecido mas, que do pouco que conheço,
pareceu-me uma boa ideia... e lá fomos nós.
Tudo muito Zen, muito calmo, muito bom, confesso.
O ambiente, a voz tranquila, os exercícios... algo difíceis para uma iniciante,
mas tudo se fez e, até nem fiz má figura.
A coisa azedou no final...
Não sei explicar bem o que se passou...
Só sei que começou uma espécie de relaxamento/meditação que, supostamente nos devia transportar para um lugar idílico, um lugar onde nos sentíssemos bem, um lugar que podia ser criado por nós, com coisas que nos transmitissem felicidade...
como eu ainda não tinha um,
dei por mim a recuar até à minha infância, qual máquina do tempo inventada naquele instante!
Desastre total...
Embora feliz com o lugar escolhido, fui invadida por uma tristeza tão grande, que desatei numa choradeira tamanha, incontrolável e de chegar ao ponto de não querer sair de lá.
Não vou entrar em pormenores, porque não quero começar a chorar novamente e ainda por cima podia molhar o teclado...
Conclusão: Não quis lá voltar, por ter medo de reviver aquele momento e não saber lidar com ele.
Mas esta experiência, trouxe-me algo de bom.
Abriu a minha mente a outra realidade e a outra maneira de viver e encarar a vida.
Comecei a pesquisar artigos sobre Meditação, fiquei muito curiosa e tenho aprendido muito.
Confesso que me sinto uma novata, e bastante inculta nesta matéria, mas estou a gostar muito do que estou a descobrir.
Aqui, tenho mais uma amiga incrível que apareceu na minha vida,
duma maneira que não sei explicar...
sinto que é daquelas coisas que aparecem porque têm de aparecer.
Uma querida amiga chamada Ana (só Ana, porque ela sabe quem é).
Aninhas, querida do meu coração,
embora vivamos tão distantes uma da outra, sei que posso contar contigo e,
mais uma vez, nesta fase tão difícil da minha vida... cá estás tu novamente.
Obrigada pelas longas horas em que me ouviste... por vezes, é só isso que precisamos.
Alguém que nos ouça... ou simplesmente, um ombro para chorarmos.
Para terminar e, porque o texto já vai demasiado longo...
Corajoso aquele(a) que o ler até ao final... rsrsrs....
Despeço-me dizendo que penso estar no bom caminho.
Estou a tentar ver a vida com outros olhos,
estou a tentar dar mais importância às pequenas coisas que me rodeiam.
Sejam elas, a família que me apoia, ou um simples dia de sol.
Ou até pode ser um dia nublado... aprendi a olhar para as nuvens e ver como são belas.
A vida é demasiado curta para ser desperdiçada com disparates,
com guerrinhas parvas, com desejos supérfluos,
com uma correria desmedida diária que nos cansa a Alma!
Amigos, acho que estou no bom caminho, embora a estrada seja longa!
Sejam felizes meus Amores.
Aproveitem bem a vida, porque ela é só uma... é vossa... e não tem replay!
Beijinhos doces
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